quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Em Volta das Notícias

*Realidade Popular

O parkour é uma prática de treinamento físico e mental e é uma atividade cujo princípio é mover-se de um ponto a outro o mais rápido e eficientemente possível, usando principalmente as habilidades do corpo humano. Criado para ajudar a superar obstáculos de qualquer natureza no ambiente circundante — desde galhos e pedras até grades e paredes de concreto — e pode ser praticado em áreas rurais e urbanas. Homens que praticam parkour são reconhecidos como traceur e mulheres como traceuses.


(Thiago DK Ferreira, 22 anos, praticante de parkour á 4)
 

 Confira agora uma entrevista com o traceur Thiago Dk Ferreira:

Dhyne Paiva: Thiago, como foi que o parkour entrou na sua vida? 

Thiago DK: Como a maioria, conheci o parkour pelas mídias, primeiro no filme B13 em 2005 e dois em vídeos na internet, mas só comecei a praticar de fato em 2009 quando busca algo para descarregar a energia pois tinha acabado de parar de praticar taekwondo e Kenjutso e já não consegui mais ficar tem nenhuma atividade física.

Dhyne Paiva: Além do condicionamento físico, em que outros fatores o parkour pode ajudar? 

Thiago Dk: O parkour vai milhas além do que as pessoas não praticantes veem, o parkour ajuda a mudar sua percepção do mundo a sua volta e do modo como a sociedade funciona, ajuda a moldar o caráter e a compreender melhor a si mesmo.
Toda vez que se está em um treino você, tem a oportunidade de descobrir o quão mais você pode se esforçar e o quanto mais você pode vencer seus próprios limites.
Você pode descobrir que um claustrofóbico corredor pode se transformar em um playground com um infinito de possibilidades de diversão, e que você pode se divertir e descobrir muito mais sobre a vida com uma simples pedra e uma parede do que em horas na frente de um computador.
Descobre que ajudar um amigo a fazer uma simples flexão é muito mais gratificante do que vencer uma competição com outras dezenas de pessoas.
Descobre que há muito mais em si mesmo que jamais imaginou.
 

Dhyne Paiva: Há muito preconceito quando a atividade é praticada em ambiente urbano? 

Thiago Dk: Isso é bastante relativo, existem regiões em que a pratica é bem divulgada e disseminada e consequentemente os praticantes tem uma aceitação maior, mas de uma forma geral a pessoas não conhecem o parkour o que faz com que os praticantes sejam marginalizados e comparados a vândalos, o que é absurdamente equivocado uma vez que eles agem mais como protetores do patrimônio publico/alheio do que como vândalos, já que eles dependem de que tudo esteja inteiro e bem conservado para que possam continuar a usar os obstáculos com segurança e assim continuarem treinando e evoluindo suas capacidades.
Quando somos abordados por moradores, transeuntes ou mesmo autoridades policiais em um primeiro momento somo vistos como delinquentes subindo em muros e pulando e cima das coisas, mas quando explicamos o que de fato estamos fazendo (e nessa hora uma boa dose de bom senso e educação é fundamental!) somos tratados como modelos de uma juventude saudável e preocupada com a sua cidade e o bem estar das pessoas ao redor. Por mais de uma vez policiais que iniciaram a abordagem de forma hostil e agressiva foram embora nos encorajando a continuar treinando e não permitir que ninguém nos atrapalhasse após uma simples explicação a respeito de o que é o parkour.
 

Dhyne Paiva: Qual a principal dificuldade de um traceur? 

Thiago Dk: Isso vai variar muito de traceur para traceur, vai depender também de sua idade e principalmente da região onde ele se encontra. Para muitos a maior dificuldade é a falta de locais para se treinar, a falta de companheiros de treino, a falta de tempo por causa das obrigações do cotidiano como trabalho e estudos, a falta de informação relevante para organizar seus treinos ou mesmo o apoio dos pais e familiares. Mas em minha opinião particular o maior obstáculo de todos para um traceur é vencer a sim mesmo, convencer-se a superar todas essas dificuldades de manter-se firme na pratica sem desanimar e sem ceder as pressões externas para alcançar seus objetivos e conseguir aquilo que deseja., mas quando esse obstáculo moral, não físico, é superado é ai que o traceur descobre o quão forte ele é, não por fora nos músculos, mas por dentro na vontade!

Dhyne Paiva: O que é o parkour para VOCÊ? 

Thiago Dk: Fiquei muito tempo refletindo para responder essa pergunta, e acho que a melhor forma de reponde-la não é com uma palavra mas com um sentimento. Vejamos se eu consigo fazer você entender o que quero dizer, pense em algo que realmente gosta, pode ser qualquer coisa, pode ser uma atividade, pode ser um objeto, pode até mesmo ser uma pessoa ou uma lembrança.
Enquanto você pensa nisso, feche os olhos, respire fundo e devagar, concentre-se nesse pensamento e agora note o sentimento que toma conta de você nesse momento.
É esse sentimento que você está sentindo que é o parkour para mim. Simples assim. 


2 comentários:

  1. Obrigado pelo convite Dhyne, essas informações não são fatos ou verdades máximas sobre o parkour, mas sim minha visão e opinião particular a respeito dos temas abordados estou realmente muito feliz com a chande que me foi dada de expressar sentimentos tão íntimos meus! OBRIGADO!

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